A buprenorfina transdérmica de dose alta, já aprovada no Brasil, é um analgésico opioide indicado para o tratamento da dor intensa que não responde a analgésicos não opioides e na dor oncológica moderada a intensa1.
Associada a um perfil de tolerância mais favorável em comparação à morfina, a buprenorfina transdérmica em doses altas apresentou menor incidência de constipação e de abandono de tratamento causado por eventos adversos2. Sua molécula apresenta metabolismo independente da função renal, podendo ser administrada de forma segura inclusive em pacientes com insuficiência renal3. Outra vantagem é que a buprenorfina transdérmica apresenta um apresenta um efeito teto sobre a depressão respiratória4.
Hoje, a buprenorfina transdérmica possui duas apresentações disponíveis no mercado, uma de baixa dosagem e outra de alta dosagem5. As apresentações não são intercambiáveis. Tratam-se de duas medicações com o mesmo princípio ativo, mas com taxas de liberação e posologias completamente diferentes5.
Para falar sobre todos esses aspectos relacionados ao uso da buprenorfina transdérmica de dose alta no tratamento da dor do paciente oncológico e colocar em pauta mais uma vez o papel dos opioides nesse contexto, bem como a importância de individualizar o paciente e usar a medicação pelo menor tempo possível de forma adequada e segura, convidamos a Dra. Karina Rodrigues Romanini Subi, anestesista responsável pelo serviço de Dor do Centro de Oncohematologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
A apresentação ocorre em torno do caso clínico de uma paciente do sexo feminino, 60 anos, diagnosticada com adenocarcinoma de pulmão metastático para osso, linfonodos torácicos e pleura (2018), apresentando queixa de dor no sacro, na região lombar baixa e quadril esquerdo, além de um importante quadro de constipação, controladas de forma efetiva (2020) com a introdução da buprenorfina transdérmica 20 mg (liberação de 35mcg/h), após tentativas anteriores de manejo com oxicodona, pregabalina, morfina, dipirona e etoricoxibe.
Assista à apresentação e confira no final uma rica discussão conduzida pelo Dr. Antonio C. Buzaid, editor do MOC.
Veja também:
- [VÍDEO] Discussão de situação clínica – Manejo da dor em pacientes com câncer de próstata
- [VÍDEO-MOC] VOLUME 11 ● NÚMERO 09 – Uso de opioides transdérmicos em doentes com dor relacionada ao câncer
Apoio:
1. Bula de Buprenorfina de alta dose.
2. Wolff, RF. et al. Systematic review of efficacy and safety of buprenorphine versus fentanyl or
morphine in patients with chronic moderate to severe pain. Curr Med Res Opin. 2012
May;28(5):833-45.
3. Boger, R. Renal impairment: a challenge for opioid treatment? The role of buprenorphine. Palliative
Medicine 2006; 20: s17-s23.
4. Davis, M et al. Twelve reasons for considering buprenorphine as a frontline analgesic in the
management of pain. J Support Oncol. 2012 Nov-Dec;10(6):209-19.
5. O’Brien, Tony et al. “Understanding transdermal buprenorphine and a practical guide to its use for
chronic cancer and non-cancer pain management.” Journal of opioid management vol. 15,2 (2019):
147-158