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Tamoxifeno e o risco de câncer de mama contralateral em pacientes com mutação de BRCA1 e BRCA2
As pacientes que apresentam mutação BRCA1/2 tem risco de até 70% desenvolver câncer de mama, porém a adenomastectomia e a salpingo-oforectomia bilateral nas pacientes pré-menopausadas reduz este risco em 90 e 50% respectivamente. Entretanto nem todas as mulheres querem ser submetidas a um procedimento cirúrgico e, para esses casos, existe a terapia medicamentosa, que pode reduzir o risco em até 40% nas pacientes de risco alto, havendo, aproximadamente, 50% de possibilidade de um segundo tumor na mama.
O estudo realizado por Phillips et al., analisou o uso adjuvante de tamoxifeno, modulador seletivo do receptor de estrógeno, para reduzir o risco de recidiva contralateral nas pacientes com diagnóstico de câncer de mama e que apresentam a mutação.
Foram selecionadas 1.583 mulheres com BRCA1 e 881 com BRCA2 mutados e o uso de tamoxifeno a partir de dois bancos de dados. No geral, 520 mulheres desenvolveram recidiva contralateral após iniciar o uso da medicação. Na análise retrospectiva, aquelas com mutação BRCA1, o risco foi de 0,38 (p<0,001) e nas com BRCA2 mutado, 0,33 (p<0,001), entretanto, na análise prospectiva, não houve diferença significativa.
O tamoxifeno pode ser utilizado para reduzir o risco de câncer na mama contralateral nas pacientes portadoras da mutação BRCA1 e BRCA2, segundo análise retrospectiva, mas não se pode afirmar que a terapia medicamentosa realmente substituirá o procedimento cirúrgico, sendo assim, estudos futuros devem ser realizados para melhor definição.
Referência:
Phillips KA, Milne RL, Rookus MA, et al. Tamoxifen and risk of contralateral breast cancer for BRCA1 and BRCA2 mutation carriers. J Clin Oncol 2013;31(25):3091-9.
ANDRÉA M. FERRIAN
(Fellow Oncologia Clínica do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes)